domingo, 11 de novembro de 2012

Portugal e a crise


Eça  de  Queirós  escreveu  em  1872



"Nós estamos num estado comparável apenas à 
Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade 
política, a mesma trapalhada económica, a 
mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência 
de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas 
quando se fala num país caótico e que pela sua 
decadência progressiva, poderá vir a ser riscado 
do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a 
Grécia e Portugal"


“Que fazer? Que esperar? Portugal tem 
atravessado crises igualmente más:  - mas 
nelas nunca nos faltaram nem homens de 
valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. 
Hoje crédito não temos, dinheiro também 
não  - pelo menos o Estado não tem:  - e 
homens não os há, ou os raros que há são 
postos na sombra pela política. De sorte que 
esta crise me parece a pior - e sem cura.”



“Diz-se geralmente  que, em Portugal, o público 
tem ideia de que o Governo deve fazer tudo, 
pensar em tudo, iniciar tudo: tira-se daqui a 
conclusão que somos um povo sem poderes 
iniciadores, bons para ser tutelados, indignos de 
uma larga liberdade, e inaptos para a 
independência. A nossa pobreza relativa é 
atribuída a este hábito político e social de 
depender para tudo do Governo, e de volver 
constantemente as mãos e os olhos para ele 
como para uma Providência sempre presente



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