quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Demita-se, senhor Primeiro-Ministro Coelho

Nicolau Santos, na sua habitual coluna do semanário Expresso, desnudava a alma, com estes termos:

Sr. primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes. Também eu, senhor primeiro-ministro. Só me apetece rugir!...

O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!

Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento. O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem, e aos agricultores para não cultivarem. O resultado foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transacionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias. E você é o herdeiro e o filho predileto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus?

Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal chumbo, o caráter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excecional o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.

Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?

O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto. Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes!!! superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro. Outro exemplo: as parcerias publico-privadas, grande sugadouro das finanças públicas. Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V. Ex.ª cortasse, na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!

Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-Ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuina ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projeto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.

Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo!
Um grande abraço.

"Vemos, ouvimos e lêmos. Não podemos ignorar!"

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O maior fracasso da democracia portuguesa




(POR CLARA FERREIRA ALVES)


Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, (Olá! camaradas Sócrates...Olá! Armando Vara...), que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.

Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, em governação socialista, distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos.
Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora continua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido.

Para garantir que vai continuar burro o grande "cavallia" (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades.
Gente assim mal formada vai aceitar tudo, e o país será o pátio de recreio dos mafiosos.

A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca.
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção.

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.

Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado.
Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.

Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.

Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.

Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.


Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?

Vale e Azevedo pagou por todos?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?

Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?

Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?

Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.

No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?


As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?

E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu? Alguns até arranjaram cargos em organismos da UE.

Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?

E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha..
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?

E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.

Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade.

Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.

Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.


Este é o maior fracasso da democracia portuguesa



Clara Ferreira Alves - "Expresso"


quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Esta semana a Alemanha atingiu o segundo lugar, à frente dos EUA e atrás do Brasil, nas visitas ao blogue 

O rei vai nu


O maior escândalo financeiro da história de Portugal!

Foi a maior burla de sempre em Portugal, qualquer coisa como 9.710.539.940,09 €uros!!!
(paga por todos nós, contribuintes, que não podemos reclamar e sem que nenhum dos conhecidos criminosos tenha sido responsabilizado…)
João Marcelino, diretor do Diário de Notícias, de Lisboa, considera que “é o maior escândalo financeiro da história de Portugal. Nunca antes houve um roubo desta dimensão, “tapado” por uma nacionalização que já custou 2.400 milhões de euros delapidados algures entre gestores de fortunas privadas em Gibraltar, empresas do Brasil, offshores de Porto Rico, um oportuno banco de Cabo Verde e a voracidade de uma parte da classe política portuguesa que se aproveitou desta vergonha criada por figuras importantes daquilo que foi o cavaquismo na sua fase executiva”.
O diretor do DN conclui afirmando que este escândalo “é o exemplo máximo da promiscuidade dos decisores políticos e económicos portugueses nos últimos 20 anos e o emblema maior deste terceiro auxílio financeiro internacional em 35 anos de democracia. Justifica plenamente a pergunta que muitos portugueses fazem: se isto é assim à vista de todos, o que não irá por aí?”
O BPN foi criado em 1993 com a fusão das sociedades financeiras Soserfin e Norcrédito e era pertença da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que compreendia um universo de empresas transparentes e respeitando todos os requisitos legais, e mais de 90 nebulosas sociedades offshores sediadas em distantes paraísos fiscais como o BPN Cayman, que possibilitava fuga aos impostos e negociatas.
O BPN tornou-se conhecido como banco do PSD, proporcionando “colocações” para ex-ministros e secretários de Estado sociais-democratas. O homem forte do banco era José de Oliveira e Costa, que Cavaco Silva foi buscar em 1985 ao Banco de Portugal para ser secretário de Estado dos Assuntos Fiscais e assumiu a presidência do BPN em 1998, depois de uma passagem pelo Banco Europeu de Investimentos e pelo Finibanco. O braço direito de Oliveira e Costa era Manuel Dias Loureiro, ministro dos Assuntos Parlamentares e Administração Interna nos dois últimos governos de Cavaco Silva e que deve ser mesmo bom (até para fazer falcatruas é preciso talento!), entrou na política em 1992 com quarenta contos e agora tem mais de 400 milhões de euros. Vêm depois os nomes de Daniel Sanches, outro ex-ministro da Administração Interna (no tempo de Santana Lopes) e que foi para o BPN pela mão de Dias Loureiro; de Rui Machete, presidente do Congresso do PSD e dos ex-ministros Amílcar Theias e Arlindo Carvalho.
Apesar desta constelação de bem pagos gestores, o BPN faliu. Em 2008, quando as coisas já cheiravam a esturro, Oliveira e Costa deixou a presidência alegando motivos de saúde, foi substituido por Miguel Cadilhe, ministro das Finanças do XI Governo de Cavaco Silva e que denunciou os crimes financeiros cometidos pelas gestões anteriores. O resto da história é mais ou menos conhecido e terminou com o colapso do BPN, sua posterior nacionalização e descoberta de um prejuízo de 1,8 mil milhões de euros, que os contribuintes tiveram que suportar. Que aconteceu ao dinheiro do BPN? Foi aplicado em bons e em maus negócios, multiplicou-se em muitas operações “suspeitas” que geraram lucros e que Oliveira e Costa dividiu generosamente pelos seus homens de confiança em prémios, ordenados, comissões e empréstimos bancários.
Não seria o primeiro nem o último banco a falir, mas o governo de Sócrates decidiu intervir e o BPN passou a fazer parte da Caixa Geral de Depósitos, um banco estatal liderado por Faria de Oliveira, outro ex-ministro de Cavaco e membro da comissão de honra da sua recandidatura presidencial, lado a lado com Norberto Rosa, ex-secretário de estado de Cavaco e também hoje na CGD. Outro social-democrata com ligações ao banco é Duarte Lima, ex-líder parlamentar do PSD, que se mantém em prisão preventiva por envolvimento fraudulento com o BPN e também está acusado pela polícia brasileira do assassinato de Rosalina Ribeiro, companheira e uma das herdeiras do milionário Tomé Feteira. Em 2001 comprou a EMKA, uma das offshores do banco por três milhões de euros, tornando-se também accionista do BPN.
Em 31 de julho, o ministério das Finanças anunciou a venda do BPN, por 40 milhões de euros, ao BIC, banco angolano de Isabel dos Santos, filha do presidente José Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, que tinha sido o primeiro grande accionista do BPN. O BIC é dirigido por Mira Amaral, que foi ministro nos três governos liderados por Cavaco Silva e é o mais famoso pensionista de Portugal devido à reforma de 18.156 euros por mês que recebe desde 2004, aos 56 anos, apenas por 18 meses como administrador da CGD. O Estado português queria inicialmente 180 milhões de euros pelo BPN, mas o BIC acaba por pagar 40 milhões (menos que a cláusula de rescisão de qualquer craque da bola) e os contribuintes portugueses vão meter ainda mais 550 milhões de euros no banco, além dos 2,4 mil milhões que já lá foram enterrados. O governo suportará também os encargos dos despedimentos de mais de metade dos actuais 1.580 trabalhadores (20 milhões de euros).
As relações de Cavaco Silva com antigos dirigentes do BPN foram muito criticadas pelos seus oponentes durante a última campanha das eleições presidenciais. Cavaco Silva defendeu-se dizendo que apenas tinha sido primeiro-ministro de um governo de que faziam parte alguns dos envolvidos neste escândalo. Mas os responsáveis pela maior fraude de sempre em Portugal não foram apenas colaboradores políticos do presidente, tiveram também negócios com ele. Cavaco Silva também beneficiou da especulativa e usurária burla que levou o BPN à falência. Em 2001, ele e a filha compraram (a 1 euro por acção, preço feito por Oliveira e Costa) 255.018 acções da SLN, o grupo detentor do BPN e, em 2003, venderam as acções com um lucro de 140%, mais de 350 mil euros. Por outro lado, Cavaco Silva possui uma casa de férias na Aldeia da Coelha, Albufeira, onde é vizinho de Oliveira e Costa e alguns dos administradores que afundaram o BPN. O valor patrimonial da vivenda é de apenas 199. 469,69 euros e resultou de uma permuta efectuada em
1999 com uma empresa de construção civil de Fernando Fantasia, accionista do BPN e também seu vizinho no aldeamento.
Para alguns portugueses são muitas coincidências e alguns mais divertidos consideram que Oliveira e Costa deve ser mesmo bom economista(!!!): Num ano fez as acções de Cavaco e da filha quase triplicarem de valor e, como tal, poderá ser o ministro das Finanças (!!??) certo para salvar Portugal na actual crise económica. Quem sabe, talvez Oliveira e Costa ainda venha a ser condecorado em vez de ir parar à prisão….ah,ah,ah.
O julgamento do caso BPN já começou, mas os jornais pouco têm falado nisso. Há 15 arguidos, acusados dos crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas nem sequer se sentam no banco dos réus. Os acusados pediram dispensa de estarem presentes em tribunal e o Ministério Público deferiu os pedidos. Se tivessem roubado 900 euros, o mais certo era estarem atrás das grades, deram descaminho a nove biliões e é um problema político.
Nos EUA, Bernard Madoff, autor de uma fraude de 65 biliões de dólares, já está a cumprir 150 anos de prisão, mas os 15 responsáveis pela falência do BPN estão a ser julgados por juízes “condescendentes”, vão apanhar talvez pena suspensa e ficam com o produto do roubo, já que puseram todos os bens em nome dos filhos e netos ou pertencentes a empresas sediadas em paraísos fiscais. Oliveira e Costa colocou as suas propriedades e contas bancárias em nome da mulher, de quem entretanto se divorciou após 42 anos de casamento. Se estivéssemos nos EUA, provavelmente a senhora teria de devolver o dinheiro que o marido ganhou em operações ilegais, mas no Portugal dos brandos costumes talvez isso não aconteça. Dias Loureiro também não tem bens em seu nome. Tem uma fortuna de 400 milhões de euros e o valor máximo das suas contas bancárias são apenas cinco mil euros. Não há dúvida que os protagonistas da fraude do BPN foram meticulosos, preveniram eventuais consequências e seguiram a regra de Brecht: “Melhor do que roubar um banco é fundar um”.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Carta aberta

Uma "Carta Aberta" ao Presidente

?Carta? publicada no Facebook por Carlos Paz ==============================

Meu caro Ilustre Prof. CAVACO SILVA,

Tomo a liberdade de me dirigir a V. Exa., através deste meio (o FACEBOOK), uma vez que o Senhor toma a liberdade de se dirigir a mim da mesma forma. É, aliás, a única maneira que tem utilizado para conversar comigo (ou com qualquer dos outros Portugueses, quer tenham ou não, sido seus eleitores).

Falando de ?eleitores?, começo por recordar a V. Exa., que nunca votei em si, para nenhum dos cargos que o Senhor tem ocupado, praticamente de forma consecutiva, nos últimos 30 anos em Portugal (Ministro das Finanças, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro, Primeiro Ministro, Presidente da República, Presidente da República).

No entanto, apesar de nunca ter votado em si, reconheço que o Senhor:
1) Se candidatou de livre e espontânea vontade, não tendo sido para isso coagido de qualquer forma e foi eleito pela maioria dos eleitores que se dignaram a comparecer no ato eleitoral;
2) Tomou posse, uma vez mais, de livre vontade, numa cerimónia que foi PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TINHAM, nessa altura, a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
3) RESIDE NUMA CASA QUE É PAGA POR MIM (e por todos os outros que AINDA TÊM
a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos);
4) TEM TODAS AS SUAS DESPESAS CORRENTES PAGAS POR MIM (e pelos mesmos);
5) TEM TRÊS REFORMAS CUMULATIVAS (duas suas e uma da Exma. Sra. D.
Maria) que são PAGAS por um sistema previdencial que é alimentado POR MIM (e
pelos mesmos);
6) Quando, finalmente, resolver retirar-se da vida política ativa, vai ter uma QUARTA REFORMA (pomposamente designada por subvenção vitalícia) que será PAGA POR MIM (e por todos os outros que, nessa altura, AINDA TIVEREM a boa ventura de ter um emprego para pagar os seus impostos).

Neste contexto, é uma verdade absoluta que o Senhor VIVE À MINHA CUSTA (bem
como toda a sua família direta e indireta).

Mais: TEM VIVIDO À MINHA CUSTA quase TODA A SUA VIDA.

E, não me conteste já, lembrando que algures na sua ?vida profissional?:
a) Trabalhou para o Banco de Portugal;
b) Deu aulas na Universidade.

Ambos sabemos que NADA DISSO É VERDADE.

BANCO DE PORTUGAL: O Senhor recebia o ordenado do Banco de Portugal, mas fugia de lá, invariavelmente ?com gripe?, de cada vez que era preciso trabalhar. Principalmente, se bem se lembra (eu lembro-me bem), aquando das primeiras visitas do FMI no início dos anos 80, em que o Senhor se fingiu doente para que a sua imagem como ?futuro político? não ficasse manchada pela associação ao processo de austeridade da época. Ainda hoje a Teresa não percebe como é que o pomposamente designado chefe do gabinete de estudos NUNCA esteve disponível para o FMI (ao longo de MUITOS meses ? grande gripe
essa).

Foi aliás esse movimento que lhe permitiu, CONTINUANDO A RECEBER UM ORDENADO PAGO POR MIM (e sem se dignar sequer a passar por lá), preparar o ataque
palaciano à liderança do PSD, que o levou com uma grande dose de intriga e traição aos seus, aos vários lugares que tem vindo a ocupar (GASTANDO O MEU DINHEIRO).

AULAS NA UNIVERSIDADE: O Senhor recebia o ordenado da Universidade (PAGO POR
MIM). Isso é verdade. Quanto ao ter sido Professor, a história, como sabe melhor que ninguém, está muito mal contada. O Senhor constava dos quadros da Universidade, mas nunca por lá aparecia, exceto para RECEBER O ORDENADO, PAGO POR MIM. O escândalo era de tal forma que até o nosso comum conhecido JOÃO DE DEUS PINHEIRO, como Reitor, já não tinha qualquer hipótese de tapar as suas TRAPALHADAS. É verdade que o Senhor depois o acabou por o presentear com um lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros, para o qual o João tinha imensa apetência, mas nenhuma competência ou preparação.

Fica assim claro que o Senhor, de facto, NUNCA trabalhou, poucas vezes se dignou a aparecer nos locais onde recebia o ORDENADO PAGO POR MIM e devotou toda a vida à sua causa pessoal: triunfar na política.

Mas, fica também claro, que o Senhor AINDA VIVE À MINHA CUSTA e, mais ainda,
vai, para sempre, CONTINUAR A VIVER À MINHA CUSTA.

Sou, assim, sua ENTIDADE PATRONAL.

Neste contexto, eu e todos os outros que O SUSTENTÁMOS TODA A VIDA, temos o
direito de o chamar à responsabilidade:
a) Se não é capaz de mais nada de relevante, então: DEMITA-SE e desapareça;
b) Se se sente capaz de fazer alguma coisa, então: DEMITA O GOVERNO;
c) Se tiver uma réstia de vergonha na cara, então: DEMITA O GOVERNO e, a
seguir, DEMITA-SE.

Aproveito para lhe enviar, em nome da sua entidade patronal (eu e os outros PAGADORES DE IMPOSTOS), votos de um bom fim de semana.

Respeitosamente,
Carlos

domingo, 11 de novembro de 2012

Um capitão de Abril


Portugal e a crise


Eça  de  Queirós  escreveu  em  1872



"Nós estamos num estado comparável apenas à 
Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade 
política, a mesma trapalhada económica, a 
mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência 
de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas 
quando se fala num país caótico e que pela sua 
decadência progressiva, poderá vir a ser riscado 
do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a 
Grécia e Portugal"


“Que fazer? Que esperar? Portugal tem 
atravessado crises igualmente más:  - mas 
nelas nunca nos faltaram nem homens de 
valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. 
Hoje crédito não temos, dinheiro também 
não  - pelo menos o Estado não tem:  - e 
homens não os há, ou os raros que há são 
postos na sombra pela política. De sorte que 
esta crise me parece a pior - e sem cura.”



“Diz-se geralmente  que, em Portugal, o público 
tem ideia de que o Governo deve fazer tudo, 
pensar em tudo, iniciar tudo: tira-se daqui a 
conclusão que somos um povo sem poderes 
iniciadores, bons para ser tutelados, indignos de 
uma larga liberdade, e inaptos para a 
independência. A nossa pobreza relativa é 
atribuída a este hábito político e social de 
depender para tudo do Governo, e de volver 
constantemente as mãos e os olhos para ele 
como para uma Providência sempre presente



A nossa triste sina






“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de 
organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e  o 
engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos 
que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma 
rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela 
inveja, pela intriga, pela  vaidade, pela frivolidade e pelo 
interesse.

A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas 
vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali 
luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há 
a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; 
ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de 
nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em 
volta daquela arena enxameiam os aventureiros 
inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; 
há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o 
privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, bradase, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, 
todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali 
com dor e com raiva.

À  escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, 
ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos 
dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de 
dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.”


Eça de Queiroz, in 'Distrito de Évora

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eu já vivi o vosso futuro



"É surpreendente que, após ter enterrado um monstro, a URSS, se tenha construído outro semelhante: a União Europeia (UE).
O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabe-lo examinando a sua versão soviética.
A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a URSS escarrada?
A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos.
Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a acontecer o mesmo com a UE. Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso sentimentos nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do mundo.
Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de fagocitar os estados-nação para que deixem de existir.
O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE. Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto». Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade. Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar, deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE também o é. (...)
Eu já vivi o vosso «futuro»..."

 


Spams



AMIGOS internautas

A pessoa que enviou esta informação é um técnico de computador que
passa muito tempo a apagar spams dos seus clientes, e a ouvir as suas
queixas sobre a lentidão do equipamento.

Nem todos os e-mails enviados são ruins, apenas alguns.

Sugiro que leia esta mensagem até ao último parágrafo.

Eis o que ele escreveu:

1) Sempre que ler - "enviar este email para" 10 "(ou qualquer
outro número) de pessoas", "assinar esta petição", "vai ter má sorte",
"terão boa sorte" ou "algo engraçado aparecerá na a tela depois de
enviá-lo "," etc. " pode presumir que o correio tem um cookie que irá
acompanhar tanto o seu e-mail como o das pessoas para quem o
reencaminhar.

2) O autor original que lhe enviou o e-mail fica com uma cópia
cada vez que seu e-mail é reenviado. Essas cópias permitem-lhe
compilar uma lista de "e-mail ativo", (a quem você reenvia) para
> enviar spams ou vender essas listas a quem envia spams.

Cuidado com mensagens que dizem "se você tem vergonha de ter fé em
> Deus, Jesus
, etc. São mensagens rastreadoras que estão chantageando a
> sua consciência. Não seja tímido e não se deixe convencer! A essas
> pessoas não lhes importa como obter a o seu endereço de e-mail .....
> desde que o obtenha.

> Também os e-mails que falam sobre crianças desaparecidas ou crianças
> com uma doença incurável
, "Como você se sentiria se fosse o seu filho?", ou
> animais abandonados, etc. Eles também são rastreadores de e-mail.
Ignore-os e não sigua o jogo!

> 3) Quase todos os e-mails que pedem que adicione o seu nome e o
> reenvie para seus contatos, são semelhantes às cartas de há anos
> atrás, em que os entrevistados foram convidados a enviar cartas para
> uma menina da Flórida que queria quebrar o recorde Guinness por ter
> recebido o maior número de postais.
>
> 4) Esse golpe, como quase todo o correio deste tipo, é uma forma de
> tele-comerciantes obterem a validação de endereços de e-mail para ganho
> pessoal.
>
> Pode fazer um grande favor para sua família e amigos, se
> reenviar ESTA INFORMAÇÃO.
 Nós estamos a fazer um serviço real. A
> recompensa será que, no futuro, ninguém receba spams
> !
>
Ajude-se a si mesmo e evite adicionar seu nome a estes tipos de
> listas
, independentemente de quão atraentes elas possam parecer, ou
> que tentem fazer você se sentir culpado se você não participar
.
> Apenas pretendem obter a sua lista de e-mail.
>
> Você pode acreditar que você está apoiando uma boa causa. Isso não é
> verdade!. Tudo o que está a fazer é estar recebendo toneladas de
> lixo eletrônico, e talvez até mesmo vírus
. Além disso, você está
> ajudando quem envia o email a ficar rico. Não lhes facilite o
> trabalho.
>
ALEM DISSO: os pedidos por e-mail não são aceites pelo Assembleia da Republica ou
> qualquer outra agência governamental, tais como Segurança Social, etc.
> Para uma petição ser aceitável deve ter uma assinatura manuscrita
> e endereço completo da pessoa que assina, assim isso é apenas um
> desperdício de tempo e estará ajudando quem quer copiar o seu
> e-mail.

>
Dicas para lidar com Telemaketólogos (ou seja, os promotores que fazem
> uma oferta por telefone)

>
> ¡¡Quatro palavras que funcionam!!
>
> (1) Os quatro pequenas palavras são: "Um momento por favor ... '
> Se você diz isso e, em seguida, deixa o telefone fora do gancho (em
> vez de desligar imediatamente), cada chamada de telemarketing será tão
> longo para os vendedores que terão de encontrar outro método de
> vendas.
> Um pouco mais tarde, quando você ouvir o bip-bip-bip, você sabe que é
> hora de desligar. A sua missão já foi cumprida.
> Estas quatro palavras pouco vai ajudar a eliminar chamadas
> indesejadas: "um momento por favor".
>
> (2)¿ Alguma vez você já recebeu uma dessas odiosas chamadas mudas em
> que ninguém diz nada?.
> Nestes casos, é uma máquina que faz a chamada e registra a hora em que
> a pessoa atende o telefone.
>
Esta técnica é usada para determinar qual a melhor hora do dia para um
> vendedor "humano" sabendo que alguém estará a responder
.
>
> ¿O que você pode fazer depois de atender e você percebe que é uma
> chamada muda? ......
> Prima o botão # no telefone 6 ou 7 vezes tão rápido quanto possível.
> Isso confunde a máquina que discou o seu número e exclui-o do sistema.
> ¡¡¡Então você não fica mais nessa lista!!! .....

>
> Tudo isso só vai funcionar se muitas pessoas seguirem estas dicas. Há
> muito tempo que eu faço isto e eu recebo cada vez menos e-mails de
> lixo, como de correio postal.
>
> ¡¡¡¡ESTE É O ÚNICO E-MAIL QUE DEVE DIZER seus amigos, mas ENVIAR POR
Bcc (cópia oculta), e sempre excluir os REMETENTES!!!!.
 
  
 
 
 
 

Estamos perdidos



“Estamos perdidos há muito tempo… O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada.
Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte, o país está perdido!
Algum opositor do atual governo?
NÃO!”
EsEÇA DE QUEIROZ escreveu em 1871

Um povo imbecilizado


Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta
de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
Um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas..
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.”
Guerra Junqueiro, 1896.
……………………………

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Os fantasmas


Os fantasmas


Esta coisa de escrever crónicas “é um jogo permanente entre o estilo e a 
substância”. Uma luta entre “o deboche estilístico” do gozo da escrita e “a frieza 
analítica” do pensamento do cronista. Por isso, enquanto cidadão, só posso ver 
este governo como uma verdadeira praga bíblica que caiu sobre um povo que o 
não merecia. Mas, enquanto cronista, encaro- o como uma dádiva dos céus, um
maná dos deuses, “um harém de metáforas”, uma verdadeira girândola de
piruetas estilísticas.


Tomemos como exemplo o ministro Gaspar. Licenciado e doutorado em
Economia, fez parte da carreira em Bruxelas onde foi director do Departamento
de Estudos do BCE. Por cá, passou pelo Banco de Portugal, foi chefe de gabinete
de Miguel Beleza e colaborador de Braga de Macedo. É o actual ministro das
Finanças. Pois bem. O cronista olha para este “talento” e que vê nele? Um
retardado mental? Uma rábula com olheiras? Um pantomineiro idiota? Não me
compete, enquanto cidadão, dar a resposta.


 Mas não posso deixar de referir a reacção ministerial à manifestação de 15 de Setembro que, repito, adjectivava os
governantes onde se inclui o soporífero Gaspar, como “gatunos, mafiosos,
carteiristas, chulos, chupistas, vigaristas, filhos da puta”. Pois bem. Gaspar
afirmou na Assembleia da República que o povo português, este mesmo povo
português que assim se referia ao seu governo, “revelou-se o melhor povo do
mundo e o melhor activo de Portugal”! Assumpção autocrítica de alguém que
também é capaz de, lucidamente, se entender, por exemplo, como um “chulo” do
país? Incapacidade congénita de interpretar o designativo metafórico de “filhos
da puta”? Não me parece. Parece- me sim um exercício de cinismo, sarcástico e
obsceno, de quem se está simplesmente “a cagar” para o povo que protesta.


A ser assim, julgo como perfeitamente adequado repetir aqui uma passagem de um
texto em forma de requerimento “poético” de 1934. Assim: “A Nação confiou- -
lhe os seus destinos?... / Então, comprima, aperte os intestinos. / Se lhe escapar
um traque, não se importe… / Quem sabe se o cheirá- lo nos dá sorte? / Quantos
porão as suas esperanças / Num traque do ministro das Finanças?... / E quem
viver aflito, sem recursos / Já não distingue os traques dos discursos.”


Provavelmente o sr. ministro desconhecerá a história daquele gajo que era tão
feio, tão feio, que os gases andavam sempre num vaivém constante para cima e
para baixo, sem saber se sair pela boca se pelo ânus, dado que os dois orifícios
esteticamente se confundiam. Pois bem. O sr. ministro é o primeiro, honra lhe
seja concedida, que já confunde os traques com os discursos. Os seus. Desta vez,
o traque saiu-lhe pelo local de onde deveria ter saído o discurso! Ou seja e
desculpar-me-ão a grosseria linguística, em vez de falar, “cagou-se”. Para o povo
português. Lamentavelmente.Outro exemplar destes políticos que fazem as delícias de um cronista é Cavaco 
Silva. 

Cavaco está politicamente senil. Soletra umas solenidades de circunstância, 

meia-dúzia de banalidades e, limitado intelectualmente como é, permanece
“amarrado à âncora da sua ignorância”. Só neste contexto se compreende o
espanto expresso publicamente com “o sorriso das vacas”, as lamúrias por uma
reforma insuficiente de 10 mil euros mensais, a constante repetição do “estou
muito preocupado” e outros lugares-comuns que fazem deste parolo de
Boliqueime uma fotocópia histórica de Américo Tomás, o almirante de Salazar. Já
o escrevi aqui várias vezes. Na cabeça de Cavaco reina um vácuo absoluto. Pelo
que, quando fala, balbucia algumas baboseiras lapalicianas reveladoras de quem
não pode falar do mundo complexo em que vivemos com a inteligência de um
homem de Estado. Simplesmente porque não a tem. 


Cavaco é uma irrelevância de quem nada há a esperar, a não ser afirmações como a recentemente proferida
aquando das comemorações do 5 de Outubro de que “o futuro são os jovens
deste país”! Pudera! Cavaco não surpreenderia ninguém se subscrevesse por
exemplo a afirmação do Tomás ao referir- se à promulgação de um qualquer
despacho número cem dizendo que lhe fora dado esse número “não por acaso
mas porque ele vem não sequência de outros noventa e nove anteriores…” Tal e
qual. 


Termino esta crónica socorrendo- me da adaptação feliz de um aforismo do
comendador Marques de Correia e que diz assim: “Faz de Gaspar um novo
Salazar, faz de Cavaco um novo Tomás e canta ó tempo volta para trás”. É que só
falta mesmo isso. Que o tempo volte para trás. Porque Salazar e Tomás já os
temos por cá.
P.S.: Permitam-me a assumpção da mea culpa. Critiquei aqui violentamente José
Sócrates. Mantenho o que disse. Mas hoje, comparando-o com esse garotelho
sem qualquer arcaboiço para governar chamado Passos Coelho, reconheço que é
como comparar merda com pudim. Para Sócrates, obviamente, a metáfora do
pudim. Sinceramente, nunca pensei ter de escrever isto.


Luís Manuel Cunha

Professor